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Fila Brasileiro

APARÊNCIA GERAL: Raça tipicamente molossóide. Poderosa ossatura, figura retangular e compacta, harmoniosa e proporcional. Apresenta, aliada a uma massa muscular, grande agilidade concentrada e facilmente perceptível. As fêmeas devem exibir feminilidade bem pronunciada, diferenciando-se, nitidamente, dos machos.

Personalidade: Determinado, corajoso e feroz.


Nível de energia: Moderado.


Bom com crianças: Apenas membros da família.


Bom com outros cães: Sim.

Grooming: Sazonal.

Expectativa de vida: 09-11 anos.

Nível de latido: Late quando necessário.

  • RESUMO HISTÓRICO 

A origem deste canino está atrelada à colonização do país, quando os europeus trouxeram para cá os seus cães de trabalho. Porém, assim como acontece em outras raças antigas, a exata origem genética do Fila brasileiro é desconhecida. A primeira teoria sobre sua origem especulou que através de vários cruzamentos entre três raças inglesas de grande porte, surgiu um cão brasileiro que teria herdado a grande e forte estrutura óssea dos mastins ingleses, a pele solta e as orelhas baixas dos bloodhounds e a resistência dos antigos buldogues. Contudo não há fatos que suportem esta teoria. A teoria considerada mais plausível e com mais embasamento, é a de que o fila brasileiro descenda de grandes cães portugueses e espanhóis — principalmente do Mastín leonés (variedade do Mastim espanhol) e do Cão de Castro Laboreiro, entre outros — trazidos ao Brasil durante a União Ibérica.

O fila brasileiro é ainda considerado um personagem anônimo da História do Brasil desde os tempos do Brasil-colônia, quando ajudou os colonizadores na conquista de território, protegendo as comitivas dos Bandeirantes de ataques de nativos e onças ou suçuaranas; ajudando na proteção aos rebanhos e até mesmo sendo usado pelos colonizadores para recapturar escravos fugitivos.

Robusto, é descrito como animal de faro excelente, bem como de temperamento forte, que requer o pulso firme de donos experientes. Conhecido por sua intensa aversão a estranhos, teve o seu inicial padrão modificado para mostrar um rosto "menos intimidante". 
 

País de Origem: Brasil.

PROPORÇÕES IMPORTANTES: 


1. O focinho é ligeiramente mais curto que o crânio.

 
2. O comprimento do tronco - medido da ponta do externo à ponta da nádega - excede a altura da cernelha, com 15%.

COMPORTAMENTO E TEMPERAMENTO: Dotado de coragem, determinação e valentia notáveis. Para com os de sua casa é dócil, obediente e extremamente tolerante com as crianças. É proverbial sua fidelidade, procurando com insistência a companhia dos donos. De comportamento sereno, revelando segurança e confiança própria, absorve perfeitamente ambientes e ruídos estranhos. É fiel à guarda da propriedade, dedicando-se, também, e, por instinto, às lides de gado e à caça de animais de grande porte. Caracteriza-se pela aversão a estranhos, sendo de manejo controlado particularmente em pista de exposição.

 

EXPRESSÃO: Em repouso é calma, nobre e segura. Nunca apresenta olhar vago ou de enfado. Em atenção, sua expressão é de determinação, refletida num olhar firme e penetrante.

CABEÇA: Grande, pesada, maciça, sempre em harmonia com o tronco. Vista de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio. Vista de perfil, o crânio e o focinho guardam a proporção aproximada de 1:1, sendo o focinho ligeiramente menor que o crânio.

 

  • REGIÃO CRANIANA 
     

Crânio: De perfil, mostra suave curva, do stop ao occipital, que é bem marcado e saliente, notadamente nos filhotes. De frente, é largo, amplo, com a linha superior ligeiramente arqueada. As faces laterais descem em curva, quase vertical, estreitando-se para o focinho, sem fazer degrau.

Stop: Visto de frente, é, praticamente, inexistente. Sulco sagital em suave ascendência até, aproximadamente, a metade do crânio. Visto de perfil, é baixo, inclinado e, virtualmente, formado pelas arcadas superciliares muito desenvolvidas.

  • REGIÃO FACIAL

 

Focinho: Forte, largo, profundo, sempre proporcional ao crânio. Visto de cima, é cheio sob os olhos, estreitando-se, muito levemente, até o meio, alargando-se, também levemente, até a curva anterior. Visto de perfil, a linha superior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. A linha anterior é quase perpendicular à linha superior, com ligeira depressão logo abaixo da trufa.

Trufa: Narinas de cor preta, largas, bem desenvolvidas, sem ocupar toda a largura do maxilar.

Lábios: Os lábios superiores, que são grossos, pendentes, sobrepõem-se aos inferiores e seguem por uma curva perfeita, da linha inferior do focinho, quase paralela à superior, terminando com a comissura labial sempre aparente. Os lábios inferiores são bem ajustados ao maxilar, da ponta do queixo até os caninos, soltos daí para trás, com as bordas denteadas. Focinho de boa profundidade na raiz, sem ultrapassar o comprimento. Na oclusão dos lábios, a rima labial se delineia em forma de “U” invertido, profundo.

Maxilares e Dentes: Mordedura em tesoura. Caracterizam-se pela maior largura em relação à altura. São fortes e claros. Os incisivos superiores, largos na base e afilados na ponta. Os caninos são poderosos, bem inseridos e afastados.

Olhos: De tamanho médio à grande, em formato amendoado e bem afastados, de inserção média à profunda; a coloração vai, do castanho escuro ao amarelado, sempre de acordo com a pelagem, preferencialmente os olhos mais escuros. Devido à pele solta, muitos exemplares apresentam pálpebras caídas, detalhe que não deve ser considerado falta, pois aumenta o aspecto triste do olhar típico da raça.


Orelhas: Grandes, grossas, em forma de “V”. Largas na base, estreitando-se na extremidade arredondada. Inserção inclinada, com o bordo anterior mais alto que o posterior, na parte mais posterior do crânio, na altura da linha média dos olhos, quando em repouso. Quando em atenção, a base eleva-se acima da inserção. Portadas caídas de lado ou dobradas para trás, mostrando o seu interior.

PESCOÇO: Extraordinariamente forte e musculoso, dando a impressão de curto. Linha superior levemente arqueada, destacando bem a passagem do crânio para a nuca. Garganta provida de barbelas.

  • TRONCO: Forte, largo e profundo, revestido de pele grossa e solta. Tórax mais longo que o abdome.
     

Linha Superior: Cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamento das escápulas, e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha, a linha superior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendência à sela ou carpeamento.

Flancos: Menos longos e menos profundos que o tórax, mostrando a separação de suas regiões integrantes. Nas fêmeas, as abas do flanco são mais desenvolvidas. Visto por cima, é menos largo e cheio que o tórax e a garupa, porém, sem marcar cintura.

 

Garupa: Angulada aproximadamente a 30º com a horizontal; larga, longa, delineando uma curva suave. Pouco mais alta do que a cernelha. Vista por trás, a garupa deve ser ampla, de largura aproximadamente igual à do tórax, podendo ser ainda mais larga nas fêmeas.

 

Tórax: Costelas de bom arqueamento, sem, todavia, influenciar a posição dos ombros; peito largo e profundo, atingindo a ponta do cotovelo. Peitorais (antepeito) bem salientes.

 

Linha inferior: Peito longo e paralelo ao solo, em toda a sua extensão. Ventre suavemente ascendente, nunca esgalgado.

CAUDA: De raiz muito larga, inserção média, afinando rapidamente, com a ponta alcançando o nível do jarrete. Quando o cão está excitado, eleva-se, acentuando a curva da extremidade. Não deve cair sobre o dorso ou enroscar-se

  • MEMBROS

 

ANTERIORES: O comprimento da perna, do solo ao cotovelo, deve ser a metade da altura do solo à cernelha. 

Ombros: Estruturados por dois ossos de igual tamanho (escápula e úmero), sendo que, a escápula faz 45º com a horizontal e aproximadamente 90º com o úmero. A articulação escápulo-umeral, que forma a ponta do ombro, está situada no mesmo nível e um pouco atrás da ponta do esterno. O ideal é que o ombro ocupe o espaço da cernelha ao esterno, e a ponta do ombro se situe à meia altura dessa distância. Uma perpendicular, baixada pela cernelha, deve atravessar o cotovelo e recair na pata.

Braços: Paralelos, de ossatura poderosa e reta.

Carpos: Fortes e aparentes.

Metacarpos: Curtos, levemente inclinados.

Patas: Formadas por dedos fortes e bem arqueados, não muito juntos, apoiados em digitais espessas e contornando almofadas plantares largas, profundas e grossas. Em sua posição correta, os dedos devem apontar para a frente. Unhas fortes, escuras, podendo ser brancas quando essa for a cor do respectivo dedo.

POSTERIORES: De ossatura forte, ligeiramente mais leve que a dos anteriores, porém nunca deverá parecer fina em relação ao todo. As pernas posteriores são paralelas.

Coxas: Largas, de contorno abaulado, formadas pelos músculos que descem do ílio e do ísquio, que delineiam a curva da nádega, razão de exigir-se o ísquio de bom comprimento

 

Tarsos: Fortes.

Metatarsos: Levemente inclinados, mais altos que os metacarpos. Angulações do joelho e jarrete, moderadas.

Patas: Iguais às anteriores, apenas, um pouco mais ovaladas. Não devem apresentar ergôs.

  • MOVIMENTAÇÃO: Passos largos, elásticos, lembrando os dos felinos. A característica principal é a movimentação dos dois membros, de um mesmo lado, para depois movimentar os do outro (passo de camelo); o que lhe confere movimentos gingantes, com balanço lateral do tórax e dos quadris, acentuados na cauda, quando está erguida. Na passada, a cabeça é portada abaixo da linha do dorso. Trote fácil, suave, livre, de passadas largas, com bom alcance e rendimento. Galope poderoso, alcançando velocidade insuspeita em cães de tal porte e peso. A movimentação do Fila Brasileiro é sempre influenciada por suas articulações, típicas do molossóide, o que, efetivamente, lhe permite súbitas e rápidas mudanças de direção.
     

  • PELE: Representa uma das características rácicas mais importantes. É grossa, solta em todo o corpo, principalmente no pescoço, onde se formam pronunciadas barbelas, estendendo-se, em muitos casos, pelo peito e abdome. Alguns exemplares apresentam uma dobra nas faces laterais da cabeça e, também, na cernelha, descendo até o ombro. Com o cão em repouso, a cabeça não apresenta rugas; quando excitado, na contração para erguer as orelhas, a pele do crânio forma, entre elas, pequenas rugas longitudinais.
     

  • PELAGEM

Pelo: Formada de pelo baixo, macio, espesso e bem assentado.

  • COR: São permitidas as cores tigradas, dourados, baios e pretos, podendo apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nas patas, peito e ponta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem.
     

TAMANHO: Machos: 65 a 75 cm.

                     Fêmeas: 60 a 70 cm.

 

PESO: Machos: mínimo de 50 kg.

            Fêmeas: mínimo de 40 kg.
                     

  • FALTAS 

Qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade e seus efeitos na saúde e bem estar do cão. 

• Qualquer desproporção, característica exagerada que possa interferir com a atividade física ou habilidade para o trabalho.
• Todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou comportamental deve ser desqualificado

  • NOTAS

 

• Os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos e acomodados na bolsa escrotal.

• Somente os cães clinicamente e funcionalmente saudáveis e com conformação típica da raça deveriam ser usados para a reprodução.

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